Quão doce é a lembrança,
em ver-te a cada passo teu,
cada medo simples,
cada gesto ingênuo,
em minha palma e mão.
Sempre com sorriso meigo,
bochechas coradas,
pernas inseguras sem sustento,
mãozinhas firmes, um passeio
em cada espaço seguro.
Meus olhos lacrimejam, e
liquidamente o amor toma forma,
e eu sem saber nesta estreia viva,
me coloquei diante de um amor
nunca imaginado e capaz de sentir.
E a cada dia suas transformações
e conquistas me surpreendem:
seu riso, seu choro, seu andar
seu cheiro, seu olhar,
sua independência e seu lambuzar.
Enfrento minha sutil infantilidade,
mesmo que por segundos
a infância desague em mim,
em voz esganiçada e desafinado falsete meigo,
finjo diálogo em troca de suas alegrias.
De máscara e boquinha encoberta,
sorrias sempre com seus olhares,
viras extensões de meus braços,
e em 360 graus giro, e encontro em seu
sorriso banguela a minha felicidade.
J.B Wolf
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